Assim meu corpo dilatou-se em pupilas varias, e de repente,
a Iris tomara formas abstratas e se contraíram suavemente, buscando no
conforto a visão nua e límpida, luz branda e calma que acendia a pele, estado
morno que agrada abraços inertes,e transmitem em calor o amor físico, equilíbrio
térmico de corpos buscando o instante, ali, quase infinito momento, que se
amplia em cores, músculos e vibrações, a mansidão do espaço beija meus olhos em
luzes distantes, algumas mortas, mas com brilhos em expansão, e como se em
novidade de existência, meu corpo envolto a outros fundiram-se harmoniosos,
quase nem se percebia, outros gemiam o ato, outros apenas em ato, outros em
átomos, e como num gozo vulcânico denso e expressivo transbordei a alma em rios, assim, o vasto
alargou-se em matéria, o orgânico transformou-se em divino, e de repente eu
tornara-me algo maior, algo permanente, instante prazeroso da alma em vida,
quase que gritei em exacerbação de ser, mas contive a voz pois já me permitira
tudo, a novidade me agrada, e nesse instante novo mutável e excêntrico,
tornei-me vários e nesta peculiaridade tamanha derramei o leite, alimento
para a vida, e gozei a mim o que me prendia, agora me perduro num tempo qualquer,
as dimensões atravessam-me e acrescentam o pensamento, voa livre como um pássaro
ansiando o horizonte, busca no ninho o aconchego a calmaria, sensação de
felicidade em que todos almejam.
- Bruno Bueno Requena
- Bruno Bueno Requena