sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Concretude sem fim e forma.

De repente de uma face obtusa dum canto qualquer, num canto de cor petróleo, surgiu a dor em flecha, por entre o peito penetrou-se e cravou-se rígida e cruel, os instantes sucederam-se em vermelho, grosso vermelho denso, vivo, escorria-se o vermelho na brancura da pele manchando os poros, quase não se respirava, eram suspiros , gemia-se inconsciente, e gritava-se primitivo o ser sofredor, uivos doloridos e surdos, ecoavam por reflexos de vários espelhos assimetricamente postos sobre as paredes que irregularmente formavam algo sem forma conhecida, algo que sustenta-se sem a matemática, neste espaço o ser evoluía em sua regressão do instante. E gemia um agudo lírico a tristeza do corpo invadida, torceu os lábios e os mordeu, a língua passeava por entre as cores que formavam nos coágulos, estava ali a nudez total, a própria essência da dor em cor, cheiro, sabor e luz, o resto é uma incógnita que aos poucos me é revelado, portanto o tempo permitira a revelação do próximo instante, que desdobra-se em linhas invisíveis e nos agride lentamente, devagarinho, ate que o tempo suspenda-se em pó e solidão....................................

- Bruno Bueno Requena