segunda-feira, 18 de julho de 2011

Campainhas e correrias...

         
     Éramos um, ali sentados em um banco qualquer na frente da praia, e neste instante aleatório, despreocupado entre amigos, travávamos diálogos sobre a vida, frases soltas que se desdobram pela fronte e por entre o ar, éramos três, ali em vida, eu dizia, uma amiga dizia, outro escutava - quieto – de um modo desinteressado, mas atento - não é que ele não compreendesse, mas é que, dizer, as vezes é desnecessário, o bom mesmo é ouvir, eis uma virtude que lhe observo - Deste modo eloqüente em que dizíamos, e em sustos de descoberta em plena troca de almas trigêmeas, que neste travar louco de cacos paradigmáticos, que por entre a cidade ecoava num grito, um grito de horror contra o que se conhece de vida – ou que se pensa dela – e neste grito civilizado, eu gemia de alegria na própria libertação de pensamento compartilhado. Esta troca necessária é vida trasbordante e liquida. 
Naquele instante era como-se a alma dos três em completa sintonia se abraçassem, abraço forte e caloroso, abraço de amor ao próximo. Por entre o concreto todo, os passos percorriam as calçadas da cidade noturna, risos, molequices, peraltices descompactadas, a loucura exposta em campainhas e correrias desengonçadas, o ser em plena despreocupação de julgamento, a naturalidade ali era quase que nascida agora, era criança que chora em pulmões virgens, era lagrima transparente, era comunhão mais que notória, era corpo e vinho.
Do momento nutriu-se a alma, ambas três, três loucuras soltas em um momento de amizade estranha, da qual não se esquece quem presencia,. A poesia estava ali presente, esperando para nascer, e nasceu, em estrondosas gargalhadas!

- Bruno Bueno Requena

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